O quanto uma tecnologia pode auxiliar na otimização e na assertividade da resolução de desafios ambientais? Um grande exemplo de tecnologia que cumpre esse papel é o Hidroflow, conjunto de ferramentas desenvolvido pelo Laboratório de Geotecnologias (Labgis) da Faculdade de Geologia da Uerj. No Repórter Ciência, produzido pela TV Uerj, Franciso Dourado e Leonardo Guedes explicam a aplicabilidade do software.

Francisco Dourado é geólogo pela Uerj, onde também fez mestrado e doutorado. É professor da Faculdade de Geologia e chefe do Departamento de Geologia Aplicada, responsável pelas disciplinas de Geotecnologias (SIG). Também é professor e orientador nos Programas de Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis e em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua), onde é coordenador-adjunto.

Leonardo Guedes é engenheiro ambiental pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (ProfÁgua) e doutorando em Engenharia Ambiental (DEAMB/Uerj). Coordena o Escritório de Projetos do Comitê Médio Paraíba Sul, onde atua no cargo de Especialista em Recursos Hídricos na elaboração e aplicação de projetos de cunho ambiental e socioambiental que promovam a melhoria dos recursos hídricos.

O monitoramento de determinados pontos de bacias hidrográficas, quando necessário por algum motivo, como, por exemplo, a suspeita de contaminação de algum trecho, requer muita experiência e conhecimento para alcançar uma avaliação com exatidão geográfica e logo obter êxito em sanar o problema. Ainda assim, tamanha a complexidade da questão, o trabalho acaba sendo realizado com base em critérios subjetivos, começando pela escolha dos pontos da bacia que serão analisados.

A partir desta constatação, surge o Hidroflow, que desenvolve uma série de técnicas. “Uma delas é a hierarquização dos segmentos de uma bacia hidrográfica; uma outra funcionalidade é a determinação de pontos de amostragem dentro de uma bacia”, explica o professor Francisco Dourado. Com isso, as análises deixam a subjetividade de lado e dão lugar a uma metodologia científica, prevista na literatura da área e orientada pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Leonardo Guedes aponta como um exemplo de aplicabilidade o auxílio do software na bacia do Piabanha, que atravessa municípios do estado do Rio de Janeiro como Petrópolis e Três Rios. O comitê local já realizava monitoramentos, porém, o programa detectou, na mesma área, outros pontos que também precisavam ser acompanhados. “Como recomendação do trabalho, a gente propôs que o próprio comitê e os próprios órgãos que realizam o monitoramento na área fizessem uma revisão dos pontos e adotassem, também, esses trechos como pontos a serem amostrados. Na próxima revisão, já vão ser incorporados também trechos que foram sugeridos”, relatou Guedes.

Além disso, o doutorando complementa que o Hidroflow é muito útil para a rastreabilidade de alguma substância em uma bacia, identificando não somente os trechos em que há maior probabilidade de encontrá-la, mas, também, de encontrar a sua fonte maior de concentração. Ou seja, o software pode ser tratado como um grande aliado na defesa e no monitoramento dos recursos hídricos, atuando de maneira mais ágil e assertiva, aprimorando o trabalho realizado a partir desta solução tecnológica.

Confira, abaixo, a matéria completa do programa Repórter Ciência, produzido pela TV Uerj: