O Brasil possui uma vasta biodiversidade em seu território. A preservação do meio ambiente para garantir a proteção de seus recursos naturais e o uso sustentável e controlado das áreas delimitadas são necessidades indiscutíveis. É nesse contexto que as Unidades de Conservação desempenham um papel fundamental ao salvaguardar o patrimônio ambiental brasileiro. Em consonância com esses princípios, um grupo de pesquisa do Departamento de Turismo da Uerj desenvolveu um projeto de estudo visando aprimorar a gestão da Unidade de Conservação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis. A pesquisa foi apresentada durante o 1º Encontro Científico das Unidades de Conservação Municipais do Estado do Rio de Janeiro, promovido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com o objetivo de discutir melhores práticas para o uso público do parque.

Para esclarecer os detalhes desse projeto de pesquisa e a importância das Unidades de Conservação, Clara Carvalho de Lemos (foto), coordenadora do projeto e renomada pesquisadora da área, foi convidada a participar do quarto episódio da décima temporada do Uerj Entrevista. Clara é professora do Departamento de Turismo do Instituto de Geografia e também coordena o curso de pós-graduação em Desenvolvimento Territorial da Uerj. Além disso, possui mestrado e doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP).

Durante a entrevista, a professora Clara compartilhou seus insights sobre a relação vital entre Unidades de Conservação e o ecossistema brasileiro, bem como o papel do turismo nesse contexto. Ela discutiu a importância de incentivar um uso público responsável nas áreas protegidas para garantir sua preservação a longo prazo.

Quanto ao projeto de pesquisa no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Clara comenta que a sua origem se deu por meio da sua aprovação em um edital de apoio às universidades estaduais da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). O recurso financeiro obtido desde 2019 possibilitou o desenvolvimento contínuo da pesquisa. Além disso, o projeto também conta com o apoio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que é o órgão gestor do parque, que incentiva a pesquisa científica, proporcionando recursos e infraestrutura para viabilizar as atividades de coleta de dados e pesquisa no local. Isso inclui alojamento, biblioteca e auditório, criando um ambiente propício para os pesquisadores e alunos envolvidos no projeto.

A escolha do Parque Nacional da Serra dos Órgãos como área de estudo foi influenciada por diversos fatores. A coordenadora do projeto tinha uma conexão pessoal com a região, visto que o Departamento de Turismo da Uerj, ao qual ela estava vinculada, ficava também na região serrana, onde o parque está localizado. Assim, sua intimidade com o parque, sendo quase um “quintal de sua casa”, somada à sua compreensão das complexidades do turismo na região, contribuiu para a escolha.

Adicionalmente, o ICMBio procurou o Departamento de Turismo da Uerj em busca de soluções para desafios na gestão da visitação e do turismo no local, reconhecendo a necessidade de lidar tanto com as oportunidades quanto com os desafios que o turismo traz para a conservação. Em resumo, a escolha do Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi uma combinação de fatores pessoais de familiaridade, demandas apresentadas pelo órgão gestor e a busca por abordar efetivamente questões de gestão sustentável do turismo e uso público na área de conservação.

A professora também destacou que a pesquisa identificou que a maioria dos operadores de turismo eram micro e pequenos empresários. Isso revelou que o parque proporciona oportunidades de desenvolvimento socioeconômico para esses empreendedores, impactando positivamente a economia local. Além disso, o projeto realizou um levantamento dos desafios enfrentados pela gestão do turismo e da visitação no parque durante o período da pandemia. Isso provavelmente incluiu questões relacionadas à adaptação das atividades turísticas às restrições e mudanças causadas na época.

A contribuição da professora Clara para a pesquisa e preservação do meio ambiente é notável. Sua liderança no projeto de estudo da gestão no Parque Nacional da Serra dos Órgãos oferece contribuições valiosas para o aprimoramento contínuo das práticas de conservação no Brasil. A dedicação em promover o uso sustentável das áreas protegidas e sua expertise em desenvolvimento territorial são exemplos inspiradores para acadêmicos e entusiastas da preservação ambiental.

A professora Clara Carvalho de Lemos estará no Uerj com RJ 2023, na mesa Economia, Sustentabilidade e Inovação, no dia 18 de outubro, às 14h.

Ouça, na íntegra, sua participação no quarto episódio da décima temporada do Uerj Entrevista.