Na era pós-pandemia, a educação está se transformando de maneiras inovadoras e revolucionárias. No Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, também conhecido como CAp-Uerj, novas metodologias de ensino estão ganhando destaque graças ao trabalho do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Educacionais Disruptivas no Ensino de Ciências.

O coordenador do grupo, professor Ney Mello, que também é membro do Departamento de Ciências da Natureza e atua na pós-graduação em Ensino de Ciências e no programa de mestrado profissional em Ensino de Biologia da Uerj, compartilhou insights sobre o surgimento e a importância dessas inovações educacionais.

O grupo de pesquisa surgiu da necessidade de promover a inclusão de alunos com diferentes habilidades e necessidades dentro do contexto acadêmico. A ideia era criar uma ponte entre as disciplinas curriculares, como biologia, história e geografia, e a inclusão de discentes neurodiversos. O professor Ney Mello enfatiza que, no início, o desafio era lidar com altas taxas de reprovação em ciências e biologia, causadas por desmotivação e falta de engajamento dos alunos.

Foi então que o grupo começou a explorar a gamificação como uma ferramenta educacional disruptiva. A gamificação envolve a incorporação de elementos de jogos em conteúdos de ensino, tornando o aprendizado mais envolvente e divertido. O professor explica que, ao introduzir jogos e aplicativos com potencial pedagógico, eles conseguiram mudar a percepção dos estudantes em relação ao erro, transformando-o em uma oportunidade de aprendizado e colaboração.

O projeto “Gamificapp”, por exemplo, foi desenvolvido para explorar essa abordagem, aproveitando a tecnologia virtual para criar experiências de aprendizado imersivas. Durante a pandemia, a importância da gamificação se destacou ainda mais, já que a tecnologia se tornou uma ferramenta vital para manter os alunos engajados em um ambiente de ensino remoto.

Além disso, o grupo de pesquisa também está ativo na divulgação científica por meio do programa Rádio Animal, veiculado na rádio Roquete Pinto. Nesse programa inovador, informações sobre o mundo animal são apresentadas em forma de histórias envolventes, desafiando muitas vezes a crença popular. Esse formato de divulgação científica tem impactado positivamente a forma como os estudantes percebem e se relacionam com a ciência.

Outros projetos, como o “Cienpodere” (um podcast educacional) e a extensão em produção audiovisual educacional, ampliam ainda mais a gama de ferramentas disponíveis para os educadores. Eles capacitam o corpo discente a criar conteúdo de áudio e vídeo, incentivando a diversificação das estratégias de ensino.

O professor Ney Mello destaca que o resultado mais significativo dessas inovações é a inclusão. Elas permitem que alunos neurodiversos se envolvam ativamente nas atividades acadêmicas e colaborem com seus colegas. Essa abordagem não apenas reduz as taxas de reprovação, mas também promove o engajamento, a motivação e um melhor aprendizado para todos os estudantes.

Em tempos de constante evolução da educação, o trabalho do Grupo de Pesquisa em Tecnologias Educacionais Disruptivas no Ensino de Ciências da Uerj é um exemplo inspirador de como a tecnologia e a inovação podem transformar a forma de aprender e de ensinar.

O professor Ney Mello estará no Uerj com RJ 2023, na mesa Comunicação da Ciência, no dia 19 de outubro, às 14h.

Ouça, na íntegra, sua participação no terceiro episódio da décima primeira temporada do Uerj Entrevista.