Por meio do Programa Antártico Brasileiro, pesquisadores do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag/Uerj) participaram da última Operação Antártica (Operantar 41), em outubro de 2022. O Proantar realiza, desde 1982, pesquisas científicas no continente. O professor Cesar Amaral, do departamento de Biofísica do Ibrag/Uerj, comenta sobre as viagens até o Polo Sul e os estudos realizados na Estação Antártica Comandante Ferraz, no segundo episódio da décima temporada do programa Uerj Entrevista.

Cesar Amaral (foto), além de docente do Ibrag/Uerj, é pesquisador no Laboratório de Diagnósticos por DNA da Uerj e no Laboratório de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto. Possui mestrado e doutorado em Ciências e Pós-Doutorado em Genética e Biologia Molecular, todos pela Uerj.

A Operantar 41 teve como objetivo realizar a manutenção da Criosfera 1, primeira plataforma de pesquisas do Brasil no centro da Antártica, que completou dez anos em 2022.  O módulo tem como propósito o monitoramento da temperatura, pressão atmosférica, umidade relativa, radiação solar e velocidade do vento da região. No momento, é realizada uma operação ao ano, no verão da Antártica, com 64 pessoas entre pesquisadores e a Marinha brasileira. O professor da Uerj Heitor Evangelista é o coordenador científico do projeto.

Cesar Amaral destaca a presença constante da Universidade nas operações. “O processo de envolvimento dos pesquisadores da Uerj é bem antigo dentro do Programa Antártico Brasileiro, nas operações antárticas, e remonta a, pelo menos, os últimos 35 anos”, afirma o pesquisador. O site criosfera1.com diz que “durante o processo de instalação do Criosfera 1, a Uerj participou ativamente na Logística de transporte entre Suécia e Brasil e na introdução de sensores científicos.”

O primeiro módulo de pesquisa brasileira na Antártica Central, inaugurado em janeiro de 2012, já alcançou resultados importantes. Lá foi verificada a maior temperatura na região oeste do continente antártico e o registro do pulso de pressão que atravessou o globo relacionado à explosão do vulcão submarino Hunga Tonga, que fica em Tonga, no Oceano Pacífico. Essas descobertas servem para entender como esses eventos podem afetar a vida dos brasileiros, já que segundo o professor, o que acontece na Antártica influência aqui no Brasil, apesar da distância.

Além do Criosfera 1 que monitora o interior do continente antártico, o país possui o módulo Ipanema, que faz o acompanhamento da região da península Antártica, que é a mais próxima da América do Sul. Os dois permitem uma maior supervisão da Antártica e se integram para comparar os climas de cada área para ter uma visão mais ampla sobre o que acontece.

Para o futuro do projeto, Cesar Amaral diz que a ideia é continuar e expandir a rede de monitoramento do território gelado para aumentar a coleta de dados, além de fazer as atualizações das tecnologias presentes no Criosfera 1, que ocorrem a cada um ou dois anos, dependendo da logística.

O professor Cesar Amaral estará no Uerj com RJ 2023, na mesa Ciência e Tecnologia, no dia 17 de outubro, às 14h.

Ouça, na íntegra, sua participação no segundo episódio da décima temporada do Uerj Entrevista.