O Integra Uerj tem como objetivo atualizar a Política de Inovação para a Uerj integrando toda a Universidade por meio das cinco células temáticas: saúde, meio ambiente, educação, tecnologia e empreendedorismo/legislação. O projeto foi contemplado em um edital da Faperj, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. A professora Norma Albarello, que é uma das coordenadoras da Célula da Saúde, explica sobre a aplicação de modelos impressos em 3D para uso cirúrgico e quais são os próximos passos do programa, no terceiro episódio da décima temporada do Uerj Entrevista.

Albarello (foto) é diretora do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag/Uerj), possui mestrado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Biologia pela Uerj. Além de ser membro da Câmara Técnica de Inovação e do Conselho Universitário da Uerj, atua como coordenadora do Laboratório de Biotecnologia de Plantas do Núcleo de Biotecnologia Vegetal.

A tecnologia tridimensional tem sido utilizada na medicina para a produção de peças, próteses personalizadas, tecidos e órgãos (bioimpressão), principalmente na construção de estruturas mais simples como vasos sanguíneos e tecido epitelial, já que a elaboração de partes mais complexas ainda é um desafio para a área.

Na Célula da Saúde, a Saúde 3D, que está localizada no Centro de Pesquisa Clínica Multiusuário (CePeM/Uerj), é uma unidade de estudo para uso da impressora 3D. A proposta do projeto é obter soluções para problemas atuais com inovação e sustentabilidade atendendo as demandas do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), além de ajudar no ensino com modelos didáticos. “No Departamento de Ensino de Ciências e Biologia do Ibrag foram desenvolvidos materiais em 3D e realidade aumentada com aplicativos sobre métodos contraceptivos, por exemplo. São resultados importantes na área de ensino”, aponta Norma Albarello sobre alguns exemplos usados na Uerj.

Além disso, outros testes já foram realizados com a impressora 3D, como a impressão de um objeto para a ortopedia do Hupe para o tratamento de um tumor ósseo. Os professores da equipe Saúde 3D Eduardo Torres e Lúcio Machado produziram, também, como trabalho acadêmico, um verme e um tecido hepático com colorações diferentes em um projeto do Ibrag e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

A diretora do Ibrag/Uerj explica na conversa que a tecnologia 3D produz os objetos a partir de uma camada bem fina de um material até construir a peça tridimensional, mas que apesar de toda inovação, ainda existem limitações que vão desde a necessidade de pesquisas envolvendo os materiais biocompatíveis e a fabricação de órgãos mais complexos até o orçamento disponível para a realização das impressões. Outro aspecto que pode ser limitante é o tamanho dos itens que serão impressos, que é o caso das impressoras disponíveis na Uerj.

O Integra Uerj tem caráter multidisciplinar e a Saúde 3D contribui para o desenvolvimento de equipes com diferentes setores da Universidade para o avanço do uso da tecnologia tridimensional na saúde. “Isso é basicamente o Integra. Pesquisadores de diferentes unidades, centros setoriais e até campi diferentes pensando e fazendo juntos”, conclui Albarello.

O futuro do projeto inclui a elaboração de um novo edital para chamadas de propostas, projetos de inovação e pesquisas para modelagem com impressão 3D.

Ouça, na íntegra, sua participação no terceiro episódio da décima temporada do Uerj Entrevista.