Uma tarde de muita reflexão e ricas discussões, guiadas pelas perguntas do público. Assim foi o primeiro dia do ciclo de debates Uerj com RJ – Ciência, Tecnologia e Inovação: Propostas para o Rio de Janeiro pós-pandemia, que abordou o atualíssimo tema da Educação e Ações Afirmativas nesta terça-feira, 3 de maio.

No palco do Teatro Noel Rosa, os pesquisadores convidados falaram sobre os diferentes desafios enfrentados por negros, indígenas e pessoas em vulnerabilidade social para ter acesso ao ensino universitário, especialmente em instituições públicas. O debate, no estilo talk show, foi dinamizado pela mediação da jornalista Mariana Tokarnia, da Agência Brasil e Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca).

Antes do bate-papo começar, a abertura oficial do evento reuniu o reitor da Uerj, Mario Carneiro; o presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Jerson Lima da Silva; o diretor do Centro de Estudos Estratégicos e Desenvolvimento da Uerj (Ceed), Egberto Gaspar de Moura; e a diretora de Comunicação Social da Uerj, Ana Cláudia Theme (Comuns). O evento é uma iniciativa conjunta da Comuns e do Ceed, com o apoio da Faperj.

Na abertura do evento, a diretora da Comuns, Ana Cláudia Theme, comentou sobre a necessidade de se debater temas como Saúde, Educação e Ciência no pós-pandemia, já que se sabe que a informação e a tecnologia podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Theme destacou, também, o compartilhamento de conhecimento e experiências, pois “é disso que a vida universitária é feita e é disso que a reflexão se alimenta”.

O professor Egberto Gaspar de Moura, diretor do Ceed, falou sobre a importância do Uerj com RJ ser realizado de forma híbrida – presencial e com transmissão pelo canal da TV Uerj no YouTube –, de maneira a atingir um público maior, fomentar a discussão e tornar esse tipo de evento uma constante na instituição.

Múltiplos olhares

A professora Daniela Frida Valentim, da Faculdade de Educação da Uerj, abriu a conversa ressaltando a importância da política de cotas nas universidades e sua contribuição para desconstruir os estereótipos estabelecidos pelo racismo estrutural, lembrando que o caminho a ser percorrido ainda é longo. João Feres Júnior, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Uerj, apresentou dados estatísticos e estudos que desmentem os principais argumentos frequentemente utilizados para desqualificar as cotas, alertando ainda para a necessidade de pesquisar constantemente sobre o tema.

Já a pesquisadora Ana Paula da Silva, do Programa de Estudos dos Povos Indígenas – Pró-Índio/Uerj, agregou uma nova dimensão ao debate ao direcioná-lo para as causas indígenas, as dificuldades e os progressos desse grupo na luta contra a desigualdade. Ela abordou o impacto negativo dos preconceitos culturais e sociais na educação indígena e como os povos originários têm buscado canais para se fazerem ouvir, principalmente na internet e nas mídias sociais. Por fim, a professora Luanda de Moraes, superintendente de Unidades Estratégicas da Uerj e ex-reitora da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), trouxe à memória a legislação elitista que regeu o país durante séculos — pontuando o grave problema do racismo estrutural e o caráter de justa reparação histórica embutido nas ações afirmativas.

Deu vontade de saber mais, né? Assista aqui à íntegra do debate sobre Educação e Ações Afirmativas, transmitido pela TV Uerj.

E esse foi apenas o primeiro dia do evento! Já pode reservar a data para participar da nossa próxima tarde de discussões: dia 10 de maio, às 14h, no Teatro Noel Rosa, com o tema Ciência e Tecnologia. Fique por dentro da nossa programação e inscreva-se.