Durante a pandemia, as universidades e centros de pesquisa ocuparam lugar de destaque na sociedade, auxiliando no atendimento à população e proporcionando as mais diversas soluções para ajudar no enfrentamento à Covid-19. Com isso, mais do que nunca, ficou evidente a importância dessas instituições e a necessidade de refletir sobre seu papel na popularização da ciência e disseminação do saber científico como um fator fundamental ao desenvolvimento tecnológico, econômico e social do Estado do Rio de Janeiro.

Debruçando-se na temática “Comunicação da Ciência”, palestrantes e público reuniram-se na última terça-feira, 24 de maio, no Teatro Noel Rosa. O evento, que contou com a mediação da jornalista Renata Augusta Ferreira, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde – Icict/Fiocruz, foi transmitido ao vivo pelo canal da TV Uerj no YouTube.

Abrindo o bate-papo, Ana Cláudia Theme, diretora de Comunicação Social da Uerj, enfatizou a importância da comunicação enquanto direito social e como instrumento para o exercício da cidadania e, também, como uma importante responsabilidade social das instituições. “É preciso falar da construção da comunicação como um processo da própria democracia”, destacou. Para ela, a divulgação científica deve ser realizada de maneira contínua, reunindo contribuições de diversos atores sociais, para que se possa avançar para uma comunicação dialógica e com mais debate, construindo uma rede de aprendizado.

Seguindo nessa linha, o professor José Lailson Brito Jr., da Faculdade de Oceanografia da Uerj, destacou a importância da aproximação dos pesquisadores com as comunidades e como o trabalho de campo ampliou sua visão sobre a popularização da ciência e a interação com esses grupos. Ele ressaltou que isso permite mostrar a relevância de sua pesquisa. “O seu trabalho pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e ajudar a entender as diversas situações pelas quais a sociedade passa, como a pandemia. Por isso, é importante conseguir comunicá-lo bem”, acrescentou.

Para Luís Henrique de Amorim, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, quando a sociedade vivencia períodos de crise, como o atual, precisa de mais pesquisas e estudos para conseguir enfrentá-los. Além disso, segundo ele, hoje há necessidade de fomentar a participação do cidadão em diferentes políticas públicas, a partir de divulgação científica que forneça dados e informações para que ele melhor se posicione e exija seus direitos.

Sonia Wanderley, diretora do Centro de Tecnologia Educacional da Uerj, fechou a rodada de palestras citando os principais pontos abordados no evento. Ela fez, ainda, um alerta de que falta mostrar o cotidiano do que é fazer ciência e desmistificar o perfil do pesquisador como alguém em uma redoma de vidro. Para isso, ela entende que é fundamental que os cientistas busquem uma interlocução mais ampla, para além dos seus pares, e que compreendam essa comunicação como uma dimensão do próprio processo de construção do conhecimento.

No último encontro do Uerj com RJ, no dia 31 de maio, às 14h, no Teatro Noel Rosa, será discutido o tema “Saúde”. A programação conta com Alberto Chebabo (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – HUCFF/UFRJ), Alexandra Monteiro (Faculdade de Ciências Médicas – FCM/Uerj), Eduardo Faerstein (Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro – IMS/Uerj), Ronaldo Damião (Hospital Universitário Pedro Ernesto – Hupe/Uerj), e o debate terá a mediação de Ana Lúcia Azevedo (O Globo). Inscreva-se e garanta seu certificado.

Confira o debate sobre Comunicação da Ciência na íntegra.